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terça-feira, 12 de junho de 2012

COMER, CULTIVAR AMIZADES, CULTUAR, LER, ORAR

Enviado por: Pastor Israel Belo de Azevedo
Nem todos os hábitos são bons. Nem todos os hábitos são ruins.
Comer -- entendido como estar à mesa, em casa ou num restaurante para se alimentar -- é prazer que será maior com o hábito. Entre tantos pratos, escolha os que gosta. Dentre os que gosta, prefira os mais saudáveis. Em casa, procure comer sempre nos mesmos horários. No restaurante, opte pelos mais limpos. Coma quando estiver com fome, mas coma quando não estiver. Habitue-se a experimentar receitas novas. Não coma sempre as mesas coisas. Diminua a quantidade, aumente o saber.

Comer é um dos verbos que conjugamos com mais dificuldades.
O predomínio princípio do prazer nos leva para hábitos que, a longo prazo, nos tiram o prazer de comer. Comer muito é prazeroso hoje, mas nocivo amanhã. Comer depressa é incontrolável hoje, mas amanhã cobrará seu preço. Comer em horários irregulares enfraquece o corpo.
Na escola devia ter uma disciplina que nos ensinasse a comer. Exagero à parte, somos também o que comemos.
Boas coisas vêm de bons hábitos. Coisas ruins vêm de maus hábitos.

Cultivar amizades -- tomado como a prática constante de fazer o que estiver ao seu alcance para encontrar os amigos -- é alegria que demanda o cultivo de um bom hábito. Sem ele, os amigos se vão, nós deles, eles de nós. Habitue-se a não exigir, preferindo antes confiar; habitue-se a não esperar ser procurado; habitue-se a fazer ouvidos moucos e vistas largas para os defeitos dos amigos, tal qual fazem com você. Habitue-se a gerar oportunidades para o encontro, mesmo tendo que inventar pretextos, para desacelerar o ritmo das coisas.
Se somos o que somos no encontro, não podemos fugir do encontro.
Fora da amizade é a solidão.
A solidão é a amargura.

A amargura é a mais elaborada forma de egoísmo que esculpimos.
Nossas conquistas e nossas derrotas advêm, pois, dos nossos hábitos.
Cultuar -- compreendido como a prática regular de se juntar a um grupo que celebra um culto de adoração a Deus -- é deslumbramento que demanda o cultivo de um hábito. Para desenvolver este hábito, escolha uma igreja. Escolhida a igreja, selecione o(s) horário(s) do(s) culto(s) que pretende frequentar. Organize-se para chegar antes da hora, o que implica em se arrumar ou arrumar pessoas e coisas com antecedência. Faça tudo para nunca faltar. Atrasos e faltas são traições ao hábito, passos para a prática de se tornar menos frequente e, talvez, rara.

Domingo -- o dia da adoração coletiva -- pode ser tempo de sermos mais, consumindo mais, mas pode ser dia de sermos menos, para Deus ser mais
Todo hábito demanda um preço.
Ler -- sinônimo de conhecer através de livros, jornais e revistas -- é descoberta que implica em gosto, investimento (aquisição das fontes do saber) e disciplina, porque o tempo, o barulho, a escassez (de dinheiro) e as demandas são seduções que distraem. Ler disputa com dormir e conversar, coisas que precisam ser controladas, e com ver televisão, consumir, bater perna, que pouco oferecem como retorno. Ao contrário, ler diverte e instrui. Ler produz conhecimento da alma que lê e do mundo em que se lê, mas também reflexão sobre quem lê e sobre o mundo que quer entender. Ler vai até o horizonte e o empurra quilômetros adiante.

Ler os jornais e as revistas nos atualiza.
No entanto, estar atualizado pode ser muito perigoso, por nos dar a ilusão do conhecimento.
O conhecimento que nos capacita a ler os os jornais e revistas, bem como toda a produção corrente, vem da leitura dos clássicos, tenham ele vivido há milênios (como Jeremias e Sócrates, Paulo e Joµao) ou alguns séculos ou décadas ou anos (como Dostoieviski ou Machado de Assis, Dietrich Bonhoeffer ou Eugene Peterson). Sem as letras destes autores, somos míopes sem óculos.

Podemos vencer sem hábitos, mas será mais difícil.
Orar -- visto como adorar no quadrado da intimidade -- é abertura para o Deus Senhor e pode ser feito sem qualquer hábito, mas será uma teofania que transforma se voluntariamente se escolhe um lugar, um horário, um método, para que se possa subir os degraus da fé que nada espera em troca, senão a própria consciência da presença de Deus, à medida em que se desce as escadas para o fundo da alma.
Oração é coisa para as primeiras horas do dia, quando a pressão da pressa ainda não tem força.
Orar é tanto falar quanto calar. Talvez mais calar do que falar.
Oração é uma companhia que traz para o círculo outras companhias, tanto daqueles que se ajoelham pelos seus chãos, tanto do Pai, do Espírito Santo e do Filho Jesus. Quando oramos, parece que vamos ao seu encontro, mas são ele que vêm ao nosso, como se o jardim do Éden ainda existisse.

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